segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Gládio

Noite sombria de primavera fria
Espectros no lodo se enlaçam
Remexendo de sonhos os musgos milenares.
Desfigurados monstros apodrecem na folhagem
E revivem a dor que os aprisionou.
Nada possuem se não os restos,
Montanhas de lama e escuridão
E, no limo, vão  retorcendo-se em gestos
Que dizem da alma a perdição.
E a luz que guia todo pensamento
Na negra escuridão mostrou sua face
E as estrelas e os astros de encantamento
Curvaram os olhos para que passasse.
Negrume e luz de gládio cruel,
O lume em perigo de morte.
A treva movendo seu pincel,
fumaçando o brilho, retalhado em cortes.
Engolindo com furor os lumes
Convidando a claridade à treva
A luz fugindo do negrume
Declamando com voz que se eleva.

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