domingo, 28 de agosto de 2016

Romeu fitou meu rosto
com seu olhar mudo
e contaminou meu pensamento.
Inquieta, passei um mês
sem fechar os olhos.
vidrada em seu olhar fulminante.
Tremulando seu cigarro
na ponta dos dedos,
me indicou o caminho.
Deitei-me no chão-imundo.
Entreguei-me por inteira
à sua lascívia.
Freneticamente,
penetrou-me o corpo
e sutilmente sugou-me a alma.
Até a explosão de êxtase.
Romeu passou a mão
pelos negros cabelos
e sumiu na luz da porta.
Quero antes a ira dos pecadores,
a raiva doentia dos ímpios,
á bondade ignóbil,
à doce face da sutileza fingida.

Quero a fome dos glutões,
muito além dos finos pratos
de entrada, (vazios)
com cover de vento
e sobremesa
sem calorias.

O desejo
a voluptuosa fome
ninfomaníaca
Ao virgem
corpo que anseia
por um toque
em sonhos.

O mais verdadeiro
mundo:
doentio,
violento,
Sujo.
Verdade nua,
pulsante,
crua.



sábado, 27 de agosto de 2016

Horas tediosas,
os dias alongam-se
por meses,
anos,
décadas,
nada é modificado.
Existência inútil
das coisas:
Objetos acumulados,
livros,
pessoas,
poesias.
Insalubre vivência
de embriagadas
noites frias.