Há dores que o tempo não cura.
Lembranças marcadas a ferro,
Na pele e nos ossos encrustadas,
Tristezas tão profundas,
Criando ecos e reverberando
Em cada canto da alma.
Há gritos amarrados atrás da língua,
Sufocados por palavras mortas,
Que saem automáticas pelos lábios secos.
Nem dor, nem prazer,
Só um corpo se arrastando
Com alma dissecada pelas vielas escuras.