quarta-feira, 21 de junho de 2017

Sobre a mesa
cacos perigosos se iluminam
Estilhaços em ameaça contínua.
Romeu fitou-me os olhos
Com olhar cansado.
Romeu jogador,
Forjando fragilidade inexistente.
Romeu fingidor,
Jogando perigosas partidas de amor.
Mentes como quem escova os dentes.

Vivo num poema de Drummond:
Às vezes, triste
Seguido por um niilismo bom,
Às vezes, sexy.
Raramente fala de amor
Um eterno jogo de Quadrilha
Aquele toque de humor
Sempre acaba em armadilha
fecho os olhos, paciente,
o livro e sigo resiliente.


segunda-feira, 12 de junho de 2017

Noite fria
O Vinho  esquenta a alma.
Estragando o fígado
Para salvar o coração.
A solidão é lobo
Que salta dos olhos.
Sangro,
Com ferida aberta
Anos e anos.
Fitas vermelhas escorrem
Pelos músculos,
Em sintonia com a pele.
Sangro,
Desde sempre.
Hemorragia de alma.
Sangue e saliva escorrem
Parte a parte
Rumo ao ralo.