terça-feira, 31 de janeiro de 2023

 O infinito retilíneo e duro,

 simples de negritude e poder.

Silencioso, gélido, soturno.

Madrugada fria, alvorecer.

Dois olhos negros,

Vivida tez,

Cintilam sob a luz 

do estelar manto lustroso.

As palavras flutuam

De seus pulmões.

Os meus ouvidos inundam,

Encharco-me de doces ilusões.

Dominada, subjugada:

Apenas sigo tua voz

Não falo, penso em nada

Sigo desejando meu algoz.






eu, em estado de água

sob um frio olhar preto

em estado de solidez

ou quem sabe solidão

eu, sob seu olhar 

de desprezo e agonia

ali estática, sólida

na sua frente 

de costas para seus olhos

estremecendo no ar

feito vapor ao vento

eu, em estado de água

que já fui fogo em seu corpo

ali apagada aos teus pés.