Em uma manhã como outra qualquer
acordei com os olhos trancados de secreção,
devido a intensa febre noturna.
Quando consegui destapar os olhos,
na porta do quarto me aguardava uma imagem
de fumaça cinza, com ar angelical e infantil.
Não pronunciou uma letra sequer,
apenas me apontava o caminho do quintal.
Por um instante senti receio em aceitar o convite,
mas mesmo assim, sedi a minha curiosidade.
De pijama, fui para fora.
E a ilustre visita sumiu entre as grandes árvores.
Saí meio acordada, meio sonâmbula
entre as mangueiras.
E, ao longe, ele me chamava com gestos,
e sempre que me aproximava,
a figura desaparecia.
não calculei o tempo que durou o jogo.
A imagem, não sei onde se escondeu,
talves, na infância, atrás de uma árvore grande de mangueira.
"Amanheceu um naco de poesia em meu travesseiro rolando molemente em meu colchão. Sem preocupação de tempo, espaço, rima"
terça-feira, 13 de julho de 2010
quarta-feira, 7 de julho de 2010
LEMBRANÇA DE INFÂNCIA
Lembranças velhas de infância bateram hoje à porta.
E trouxeram a imagem da moça do guarda chuva bordado.
Uma branca moça de vestido a moda século dezoito.
Imagem branca, quase fantasmagórica.
que de seu guarda chuva em punho,
olha fixamente para o infinito.
De cima da velha mesa da cozinha
e, já com um pedaço da base roída,
pelo tempo ou pelas quedas,
olha e observa, infinitamente.
Onde andará seu pensamento?
Será que tem alguma história secreta
guardada nas anáguas de seu vestido?
Quem será esta moça do guarda chuva bordado?
De certo tinha algum segredo a contar,
mas sua boca de plástico nunca se abriu.
Somente o seu olhar, infinito e sombriu
ficou guardado na memória, entre os velhos
brinquedos sujos de terra.
E trouxeram a imagem da moça do guarda chuva bordado.
Uma branca moça de vestido a moda século dezoito.
Imagem branca, quase fantasmagórica.
que de seu guarda chuva em punho,
olha fixamente para o infinito.
De cima da velha mesa da cozinha
e, já com um pedaço da base roída,
pelo tempo ou pelas quedas,
olha e observa, infinitamente.
Onde andará seu pensamento?
Será que tem alguma história secreta
guardada nas anáguas de seu vestido?
Quem será esta moça do guarda chuva bordado?
De certo tinha algum segredo a contar,
mas sua boca de plástico nunca se abriu.
Somente o seu olhar, infinito e sombriu
ficou guardado na memória, entre os velhos
brinquedos sujos de terra.
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