segunda-feira, 18 de julho de 2011

Espreitava-me do bosque em frente de casa. suor escorreu pelos dedos e uma pedra de gelo brotou no estômago. acho que o restante dos órgãos também congelaram. no escuro, do outro lado da rua, fitando-me. Romeu sempre Romeu por detrás das árvores tentando se esconder. esgueirando-se pelas folhas secas. tentando filmar as imagens presas em meus sentidos.

Cidadezinha Fantasma

As esquinas estão vazias e voam papéis avulsos por toda a avenida. As crianças desmoronaram dos precipícios e as mulheres desceram na enxurrada.
A rua vazia e o sopro forte do vento batendo nas janelas pintadas de amarelo e a poeira invadindo as casas pelas frestas.
Um coração pulsando jogado no asfalto quente. vermelho-sangue, rosa-neon, amarelo-manga. tum,tum... bate a porta na tramela.
Pulsa forte o coração sob o sol de agosto quente.

domingo, 17 de julho de 2011

De novo, Ana C.

Também eu saio à revelia
e procuro uma síntese nas demoras
cato obsessões com fria têmpera e digo
do coração: não soube
e digo da palavra: não digo (não posso ainda acreditar na vida) e demito o verso como quem acena
e vivo como quem despede a raiva de ter visto.
Ana Cristina Cesar


Acreditei que se amasse de novo
esqueceria outros
pelo menos três ou quatro rostos que amei...
organizei a memória em alfabetos
como quem conta carneiros e amansa
no entanto flanco aberto não esqueço
e amo em ti os outros rostos.


Ela sempre me envolvendo
em suas linhas tortas
Sempre me ensinando a viver,
a amar
Ana C. sempre em tudo
Me trazendo lembranças
do cotidiano, do agora
do ontem.
Sempre, Ana C.
(Butterfly)

domingo, 3 de julho de 2011

Sentada no canto espreitava o tempo passar
sem nenhuma intensão ou vontade.
vendo imagens de pedras e águas passando...
lá do outro lado da sala
Romeu sentado espreita meus olhos
lendo as imagens dentro dos meus pensamentos.