segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Poema Esfinge


Não reconheço
a minha cara
no espelho
do banheiro
eu que já fui
mais fêmea
talvez louca por inteiro.
Amanheci
só metade do que
dormiu em janeiro.
O fim
dos anus no balaio
de frutas aqui da casa
Causa euforia
pânico
corrida para a calçada.
Quem não dera
ainda pode
oferecer sua parte
sua metade
da maçã
que Eva deixou cair
o pedaço que Adão
bobo
não quis consumir
Como
não sou Adão
Devoro de corpo inteiro.
Sou matéria
de bicho
Do tipo devorador
me decifre
ou se afaste
Meu caminho
é incerto
moro na ponta
do mastro
mas gosto
de olhar de perto.