quinta-feira, 23 de junho de 2016

Aqueles olhos
tentadores
dominando os meus.
Entrando sem licença
rasgando espaços.
Amêndoas,
saborosas
amêndoas.
O olhar
por um segundo toca
o outro olhar:
um fio de tesão
corta-me a espinha.
Morder o lábio
ou mordê-lo.
Sair de fininho
beijando o ar.
Contando
passos
pelo corredor.
À espera de um sinal:
grito,
gemido,
toque...
uma ordem que seja.







A estátua presa em suas formas
perfeitas de cera e cerâmica
vive contente
com sua vida inerte.
Nem ama
Nem deixa de amar.
Pois, as duas formas de vida
são solidão na terra.