quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Poema ligeiro

Aperta peito, aperta.
sufoca o quanto puder.
Esmaga toda a esperança,
explode os balões
que alçariam voos.
Destroços
restaram
de memórias
páginas pingadas
de histórias.
Amarra
prende
sufoca
Borrife tinta
vermelha.
Espalhe rios
pelo chão...
Rasgue
Rasgue
desnude
seu corpo
por todo o espaço
se jogue no mar
da brevidade
depressa
depressa
Corra nua
pela cidade.


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Poema com cores

Sem denúncia
nem aparente resposta.
Ninguém antes tentara fazê-lo.
Sim.
respondeu com certa alegria.

Branco e preto
seguia a cena.
Estranhamento
e epifania.
Sim, insistiu ainda.

Perdera
o vínculo com a realidade.
Tornando-se
colorido demais.
Não. Respondi em definitivo.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Alguma coisa se quebrou
na linha
ou no carretel
que compõe o tempo.
Quem sabe o próprio tempo tenha
se espatifado.
Garanto que quebrou
talvez a pedra do anel
de vidro
das brincadeiras da infância...
ou quem sabe mesmo o dedo.
Alguma coisa se quebrou...
resta saber o que.

domingo, 4 de novembro de 2012

O poema me bateu na bunda
deu um tapa e saiu
correndo pela rua.

Poema sem tempo


o tempo
penetra nos vagos espaços
perfura a pele, o tempo
desenha curvas tortuosas
nas faces e deixa
escorrer a beleza pelos olhos.
os dedos secam;

de que vale saber do mundo?
o corpo já não suporta
a aventura de viver.

07.06.12