segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sussurros ao pé do ouvido
ecoam pela sala vazia
Romeu no canto encolhido
balança o corpo em agonia
Menino Romeu assustado
Medo de ter medo do escuro
olhinhos vivos e encharcados
atentos às paredes do muro.
os sons  se aproximam esguios
o corpo do menino estremece
Gemidos, gritos sombrios
Sons desses que nunca se esquece.

sábado, 14 de abril de 2012

Desconheço o meu mundo
Não olhe para trás
viraremos estátuas de sal
Não estique o pescoço
o futuro não nos pertence
somos apenas folhas caídas
ao sabor da correnteza

só importa o que se come
se bebe
e se toca
o mais nada vale.

as indignações deixo aos sociólogos
as indagações aos filósofos
vegetarei no mar da estagnação

não mais me importo com a traição
nem a bondade
nem o perdão
são meras formalidades

apenas um corpo
caminhando pelo mundo
e experimentando as delicias
e os horrores humanos.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Vi o menino Romeu ainda de calças curtas
brincando na areia da praia.
Vi o menino Romeu sorrindo para o sol
aquele sorriso jocoso de quem prevê o futuro.
Vi o menino Romeu brincando na areia da praia
ferramentas nas mãos sob raios vivos de sol.
Vi o menino Romeu como ninguém nunca viu.