sábado, 3 de setembro de 2011

Romeu falava em disparada
não só com a boca,
mas, também com os olhos.
Entristeceu de repente.
Seus olhos serraram-se.
Vi suas pálpebras murcharem,
Vi as lágrimas surgindo,
Vi a luta entre deixar correr o líquido
e sufocá-lo, sufocá-lo...
Disfarçadamente, sorriu.
Riso amarelo,
riso indesejado.
Não, não quero.
Desejei fugir para longe.
Desejei nunca tê-lo conhecido.
Desejei afagá-lo,
Confortar sua dor.
Mas não pude.
Não me deixou entrar, Romeu...
Entrar em seus pensamentos.
Serrou a porta de sua vida.
Sai sem olhar para trás.
Com um pedaço a menos no corpo.
E uma enorme dor a mais.
Romeu, ah, Romeu!
Não tenho a chave.

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