segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Janelas enormes se abriam para a luz
Que entrava feroz feito punhais nos olhos de Romeu.
Sombrios olhos de quem oculta segredos
Na escuridão dos salões da casa.
Colado na cadeira de balanço da avó,
Fumando, lentamente, meia dúzia de palavras
mortas na saliva.
Sua boca de cofre ignorou meus pedidos
e não denunciou nada.
Tasquei-lhe um beijo sugado
que barulhou pelos cômodos vazios...
Fiz chacoalhar a velha cadeira de balanço
até você se perder...
Fiz apagar o cigarro de palavras mortas.
Nada mais interessa.
Apenas ouço o som dos suspiros
abafados pelas mãos.
Do ranger interminável da cadeira.
E de seus monossílabos em meus ouvidos.

  

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