terça-feira, 9 de agosto de 2011

Todas as manhãs seguro a xícara entre os dedos para sentir o calor do café.
E deixo escorrer entre as mãos a sua presença.
Romeu foi embora sem dizer adeus,
saiu de fininho na madrugada.
O tapete ficou preenchido de almofadas,
coberto de lembranças... de seu cheiro.
Ninguém disse que seria o último banho,
o vidente previu coisas diferentes.
Romeu, ah! Romeu.
Os papéis revirados na mesa falam de seu adeus.
As unhas roídas pelo chão.
O pó do grafite aponta o final.
Nada foi mudado,
a xícara permanece no mesmo lugar.
A cafeteira empoeirada sob o balcão
sente sua falta.

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