quinta-feira, 3 de junho de 2021

Mãe d'água

Mãe d'água, líquida parideira,

nascente das nascentes.

Seus filhos escorrem entre valeiras,

quedam em pedras, formam cachoeiras,

rio, riacho, córrego, ribeira...

Vilhena, mãe d´água, cabeceira.

No Barão do Melgaço, o Comemoração, 

tesouros milenares descobriu Rondon,

as minas, aquelas do Urucumacuã.

Mãe d´água, paisagem do cerrado,

os filhos escorrem entre pedras:

o Roosevelt, o rio da Dúvida,

traz histórias em suas águas.

Tantos, tantos são seus filhos,

nem todos sadios e limpos,

mas persistentes ao jugo humano,

Pires de Sá, o filho urbano ,

vestido pelo progresso em tristes trajes,

das puras águas, restam lixos nas margens.

E outros tantos que ainda brilham

sob a luz do sol, em largo espelho,

meneando a terra, o Rio Vermelho.

Caudaloso e sem trégua,

no Mato Grosso, o Iquê deságua.

Ávila, Apediá, Cabixi, Piracolino...

Filhos dos Parecis, 

nascidos em leito genuíno.


Publicado na Antologia Vilhena: entre encantos e verso. 2º lugar no Concurso "Conhecer Vilhena" organizado pelo Instituto Federal de Rondônia em 2020.







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