quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Insônia

Palavras
perderam-se
por entre as paredes
do quarto.
Respiração profunda
e olhos fundos
perpetuam-se
pela noite.
Calor de
40 e tantos graus.
E um punhado
de livros empilhados
ao canto.
O poema amarelado
aberto há três dias
gritando palavras
ao vento.
Um poema
Destruiu o mundo.
Poema escrito
com sangue nas paredes.
Verso-poesia-morta.
Mente-fecunda-torta.
Poeta maldito
condenado a pagar
300 francos
por ser imoral.
Sinto o sangue
passar pelas veias
ligeiro.
Ferver em brasas:
a cama, o lençol
a alma.
Sade em alta resolução
passeando diante
dos olhos.
Safo espalhada
pelo chão entre
suor, lágrimas
e outros fluidos
viscosos.
Poesia,
proibida
Poesia.







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