segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O Poeta

O Poeta morreu numa tarde de outubro. Encontraram seu corpo por acaso na margem da lagoa de água turva. Sua insignificante existência extinguia-se ali. Poeta de sonetos de rimas pobres e poemetos menores. Apagou-se o facho de luz da sua vela vermelha. Deixou uma pequena carta de despedida sobre um móvel velho de seu quarto, mas ninguém havia lido seus últimos escritos. Pediu um epitáfio aos amigos, porém não se encontrou ninguém para fazê-lo. No velório do poeta, um caixão negro de arabescos marrons e uma velha senhora de lenço na mão lacrimejava de uma tristeza profunda. 

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